Projeto foi anunciado, nesta sexta-feira (28/04), durante cerimônia de aniversário de 16 anos do Banco de Alimentos da Prefeitura
Hortolândia ganhará em breve mais um importante equipamento de promoção de segurança alimentar. É o CREAN (Centro de Referência em Educação Alimentar e Nutricional), espaço multifuncional a ser implantado no Jd. Terras de Santa Maria, com laboratório de técnica dietética e auditório, onde serão ministradas aulas sobre educação alimentar, práticas alimentares saudáveis e geração de renda através de produtos de alimentação. O projeto foi anunciado pelo prefeito José Nazareno Zezé Gomes, na tarde desta sexta-feira (28/04), durante a cerimônia de aniversário de 16 anos de existência do Banco de Alimentos, realizada no teatro Elizabeth Keller de Matos, no Jardim Amanda.
Considerado prioritário pela Prefeitura, este projeto ligado à Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, beneficiará tanto os estudantes da rede municipal de Ensino quanto a população em geral, ampliando ainda mais o alcance do trabalho realizado pela equipe do Departamento de Segurança Alimentar, muito parabenizado pelo prefeito, durante o anúncio do novo desafio. Atualmente, são beneficiadas 18 organizações sociais e 1.650 pessoas em Hortolândia.
“O trabalho do Banco de Alimentos é construído por várias mãos. É feito com o coração. As entidades são um braço forte do nosso governo. Muito importante essa parceria com o Banco de Alimentos. Faz a diferença para a comunidade. É um trabalho que vai cada vez mais melhorando a vida do povo. Mas precisamos também gerar emprego e renda. Não dá para falar em cidade inteligente e sustentável com gente passando fome. Precisamos gerar emprego, como os 500 criados no Atacadão, inaugurado ontem. As pessoas precisam ter três refeições ao dia, café da manhã, almoço e jantar. Todos têm que ter direito a isso! Vamos juntar as mãos, como fizemos na pandemia. O empreendedorismo na cidade cresceu muito agora. Que a nossa cidade cresça, mas o povo cresça junto! Que tenha orgulho de morar aqui, com dignidade”, afirmou Zezé.
O secretário adjunto da pasta, Renato Muccillo, também ressaltou o “trabalho exemplar” do Banco de Alimentos. “É um trabalho de extrema importância para nós. Celebramos hoje este trabalho que o Banco faz em favor da erradicação da extrema pobreza, articulando com outra política pública. Parabéns à equipe!”, afirmou ele, na abertura do evento, que contou com a presença de aproximadamente 140 pessoas, dentre elas representantes de OSCs (Organizações da Sociedade Civil) cadastradas e autoridades, como os secretários Régis Athanázio Bueno (titular de Cultura); Carlos Augusto César, o Cafu (titular de Governo); Ieda Manzano de Oliveira (titular de Assuntos Jurídicos); a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maris dos Assis Barros; a representante dos agricultores familiares, Maria Nilza Ramalho; vereadores e representantes da Caixa Econômica Federal.
A importância do trabalho realizado pelo Banco de Alimentos na cidade se amplia, considerando o atual cenário social e econômico do Brasil. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a pobreza teve aumento recorde em 2021, atingindo 29,4% da população brasileira, o equivalente a cerca de 62,5 milhões de pessoas, sendo que, destas, 17,9 milhões (8,4%) estavam na extrema pobreza. Ainda de acordo com os Dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada em dezembro de 2022, estes números e percentuais de ambos os grupos foram os maiores, desde o início da série, em 2012. Publicação semelhante, feita em dezembro de 2021, já mostrava uma realizada desoladora: a de que 50 milhões de pessoas (um em cada quatro brasileiros) viviam em situação de pobreza, em 2020, com renda inferior a R$ 450 por mês e aproximadamente 12 milhões de brasileiros estavam na extrema pobreza, vivendo com menos de R$ 155 reais por mês.
Como ressaltou o prefeito, a ação desta política pública é vital para quem está na ponta, no papel de assistido, como as 38 famílias em vulnerabilidade atendidas pelo Grupo da Fraternidade Espírita Irmão Américo, que atua no Jardim Amanda 1. “Essas famílias necessitam muito desse apoio. Sabemos que não podemos dar só o peixe, mas ensinar a pescar. Mas, de uma certa forma, essas famílias ainda não sabem pescar. Não adiantar eu ensinar uma pessoa a pescar, se ela está com fome. Ela precisa estar saudável para aprender. É esse o nosso trabalho, através da Prefeitura nos fornecendo esse apoio, que é maravilhoso e a gente precisa ter, para que a gente possa ensinar essas pessoas, através de cursos que trabalhamos no nosso grupo. Um deles, uma vez por mês, é a ‘Cozinha do Amor’, onde cada uma delas apresenta às demais uma receita que costuma fazer na cada dela. É uma forma de trocar ideias e aprimorar aquela receita para que possam até vender. Isso tudo é feito com os produtos da cesta básica e do hortifrúti”, afirma a coordenadora da assistência social, Neide Grimaldi.
“Trabalho como educadora na Contato Obras Sociais há 14 anos e o Banco de Alimentos está sempre presente na alimentação das crianças. Essa é uma parceria muito importante, pois, graças ao trabalho do Bando de Alimentos de Hortolândia, temos todas as refeições garantidas. Muitas crianças não têm a possibilidade de fazer elas em casa na Contato elas conseguem se alimentar muito melhor”, ressalta Elizabeth Rodrigues, educadora da Contato Obras Sociais, outra entidade cadastrada e atendida.
Ao fazer a tradicional prestação anual de contas e apresentar aos presentes a origem e os objetivos do programa, a diretora Alessandra Sarto ressaltou a importância de arrecadar em 2022, o primeiro ciclo sem as interrupções geradas durante a pandemia, 180,5 toneladas de alimentos.
“O Banco não só faz a doação, mas trabalha a capacitação, a formação, porque a gente traz a alimentação como um primeiro momento, a da subsistência de fato. E, a partir do alimento a gente traz essas pessoas para formação, para capacitação, inserindo nos programas de geração de renda, de auxílio para que elas possam caminhar. É é só assim que a gente pode acabar com essa questão da fome. Neste ano, conseguimos manter o Hortolândia Solidária, a campanha com um dos nossos maiores parceiros, o Fundo Social, para entrada. Mas houve uma mudança no perfil da doação. Além das cestas básicas, o Fundo Social também consegue trazer para nós, pela campanha, alimentos a granel, o que remonta às origens do Banco, que é buscar o desperdício, aquilo ainda em boas condições para consumo, que seria desperdício, e trazer para as famílias. Este total arrecadado é expressivo, são 180 toneladas e meia de alimentos! Tivemos no ano passado uma contribuição do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) da agricultura familiar, que representa 26%. Mas, mais que o percentual, representa a possibilidade de ter alimentos frescos, que normalmente não compõem o hábito. Buscar os hórtis, os alimentos frescos é também uma prerrogativa do Banco de Alimentos”, ressalta a diretora do Departamento de Segurança Alimentar, Alessandra Sarto.
“O Banco de Alimentos é uma importante política pública da rede de segurança alimentar para a cidade de Hortolândia. Nestes 16 anos vêm combatendo a fome e a insegurança alimentar, por meio da arrecadação de doações de gêneros alimentícios que seriam desperdiçados ao longo da cadeia produtiva para os que mais precisam”, afirma o secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, pasta à qual o Departamento de Segurança Alimentar está vinculado, Fernando Moraes.
Um pouco mais sobre o Banco de Alimentos
O Programa Banco de Alimentos faz parte da estrutura operacional do SISAN (Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) e, em consonância com a meta de erradicação da pobreza extrema, atua como equipamento público multifuncional, buscando potencializar a articulação com outras políticas sociais relevantes para o alcance da população mais vulnerável, por meio do desenvolvimento de ações de Geração de Renda e EAN (Educação Alimentar e Nutricional).
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