Evento, na noite desta terça-feira (08/08), contou coma presença do prefeito Zezé Gomes
Cerca de 50 pessoas participaram, na noite desta terça-feira (08/08), da aula inaugural da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), voltada aos ingressantes no polo Hortolândia neste segundo semestre de 2023. O evento reuniu no auditório do Centro Paula Souza, além dos estudantes, o prefeito José Nazareno Zezé Gomes; o diretor da Etec, Prof. Renato Willian e os secretários Renato Muccillo (adjunto de Educação, Ciência e Tecnologia) e Dimas Corrêa Pádua (Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Turismo e Inovação).
Instituição pública de ensino superior parceira da Prefeitura, a Univesp conta com o apoio da Administração Municipal, por meio da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, para operar na cidade. O polo presencial está localizado na Etec (Escola Técnica Estadual), na Rua Capitão Lourival Mey, 750, Jardim Santana.
O evento marcou o encerramento da Calourada 2023, iniciada no último dia primeiro deste mês com a acolhida dos novos alunos do eixo Negócios e Produção, a entrega de mimos e a realização do chamado Trote Solidário. Neste ano, a campanha arrecadou cerca de 45 kg de alimentos não perecíveis (arroz, feijão, macarrão, óleo, açúcar, café, dentre outros itens). Os gêneros serão destinados ao Banco de Alimentos de Hortolândia, órgão da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, que beneficia famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas por instituições cadastradas junto à Administração Municipal.
Para o prefeito, metalúrgico de formação, a educação é o maior legado que o gestor público pode deixar à comunidade.
“Quando assumi esse compromisso, após a ausência do Ângelo, fiquei pensando: o que eu vou fazer? O que o Zezé, que veio lá do Paraná, enfrentou grandes desafios para estudar e aprendeu muito ao longo de toda a minha vida, poderia fazer? Vou fazer algo que fez parte da minha história, algo que as pessoas mais precisam! A primeira coisa que pensei foi em investir em educação e na formação do nosso povo. Por que as pessoas podem tirar tudo da gente, menos o conhecimento. Isso ninguém tira de você, pode ter certeza. Conhecimento é oportunidade. Por isso, temos e vamos continuar investimento fortemente em educação”, afirmou Zezé Gomes.
“Para mim tem sido um presente estudar na Univesp. Eu me sinto muito privilegiada. Eu já tenho a formação de Pedagogia, mas sempre foi um sonho cursar Letras. Estou muito feliz, pois o curso tem superado as minhas expectativas”, afirmou a estudante Viviane De Bem, moradora de Hortolândia, que ingressou neste semestre no curso de letras.
Entre o virtual e o conhecimento
O tema da aula inaugural, “Convivência Democrática no Mundo Virtual”, foi abordado pelo Prof. Dr. César Nunes, da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Durante a palestra, Nunes falou sobre o papel da universidade dentro da sociedade, apresentando um breve histórico sobre as instituições de ensino superior, desde o surgimento destas pelo mundo até os dias atuais. Abordou também as transformações e a inclusão da população vulnerável, oriunda de classes sociais baixas.
Os acervos pedagógicos virtuais e a importância de aprender a identificar as “fake news” (mensagens mentirosas) também foram enfocados. Nunes falou ainda sobre o conceito de virtual, a relação do saber e o poder do conhecimento.
“O virtual é aquilo que é abstrato. Podemos trabalhar a realidade com a virtualidade. Escrever uma carta é uma mensagem virtual. Você mandava uma carta para alguém, quando havia carta nesse mundo. Hoje mandamos uma mensagem num momento, produzindo um uma semiologia, um sentido rapidamente, e a pessoa que está em algum outro lugar, ao receber aquilo, aquece o coração, se encanta porque as palavras carregam símbolos, sentimentos, afetividades, significados, estrutura de pensamento e de emocionalidade. Aprender a escrever, aprender a interpretar, aprender a pesquisar é papel fundamental do processo de educação básica e do processo superior. Agora vocês estão entrando em uma universidade que tem como base a educação virtual. Virtual, quer dizer, ela vai ser predominantemente feita por processo de educação à distância, que já é um nome que hoje precisa ser transformado, porque tudo é à distância. O que importa é a relação que você tem com a universidade. Você pode estar presente duas mil horas na Unicamp e estar com a cabeça fora, com projetos distantes, e sai infelizmente mais vazio do que entrou. A educação à distância não é maior, melhor, mais difícil ou menos difícil que a educação superior presencial. Ela só é diferente. Exigirá discernimento, dedicação, conhecimento e hábitos intelectuais, junto com o mundo do trabalho, junto com o mundo da cultura. Toda universidade presencial é hoje somente [em parte] presencial. A pesquisa bibliográfica é toda virtual. A maior parte da formação superior é, no mínimo, híbrida, mas vocês têm aqui articulações interessantes do projeto pedagógico para fazer uma formação plena”, orientou César Nunes.
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