Durante cerimônia, nesta quinta-feira (25/04), gestores ressaltaram importância de parcerias e da consolidação da política de segurança alimentar no município
O BAH (Banco de Alimentos de Hortolândia) se aproxima da “maioridade” com a certeza de fazer parte da vida e da história da cidade. Os 17 anos de existência do programa foram celebrados, em evento festivo, na tarde desta quinta-feira (25/04), no OAPE (Observatório Ambiental Parque Escola), no Jd. Santa Clara do Lago I.
Ao som do grupo de sax e baterias Vibrasax, da Secretaria de Cultura, a cerimônia reuniu cerca de 250 pessoas, dentre elas secretários municipais; gestores públicos e profissionais da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, órgão ao qual está vinculado; além de representantes de conselhos municipais da área de educação e segurança alimentar e nutricional, de empresas doadoras e de entidades sociais beneficiadas pelo programa. Crianças e jovens atendidas em uma delas, a Associação Pedra Viva Moriah, alegraram o evento com uma performance musical. O secretário de Educação, Ciência e Tecnologia, Fernando Moraes, representou o prefeito José Nazareno Zezé Gomes, que estava em outra agenda.
“A maior representação do cuidar das pessoas é o Banco de Alimentos, sobretudo num país onde 64 milhões de pessoas viviam em insegurança alimentar em 2023, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A questão da fome é a mais cruel do mundo. O Banco de Alimentos é um projeto de dignidade humana”, afirmou Moraes.
Durante a cerimônia, a diretora de Segurança Alimentar, Alessandra Sarto, informou aos presentes que o BAH arrecadou 176 toneladas de alimentos, em 2023, beneficiando diretamente 19 organizações sociais e 1.762 pessoas que moram em Hortolândia. É o caso da OSC (Organização da Sociedade Civil) Contato, localizada no Jd. Santa Clara do Lago I.
“É uma bênção, porque nossa alimentação, a maioria, vem do Banco de Alimentos. Vem pão, itens a granel, como arroz, feijão, macarrão, açúcar e frutas, verduras e legumes. Representa 80% das preparações que fazemos. É importante, porque tem crianças que não comem em casa e chegam perguntando pelo lanche. Elas comem bem e repetem. Pedem até para levar para casa para dividir com a mãe”, afirma a educadora Elizabeth Rodrigues. A entidade atende 60 crianças e jovens, dos 5 aos 15 anos, oferecendo atividades de fortalecimento de vínculos, como oficinas de artesanato e informática. Fundada em 1998, é parceira desde que o BAH foi criado.
Para a APAE Hortolândia (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), a parceria é relevante também. As doações materiais auxiliam no fornecimento de alimentação saudável aos 75 matriculados na unidade referenciada. Na entidade, eles fazem oficinas com atividades de vida diária, teatro, grupo com psicóloga e atividades físicas. Segundo a assistente social Manoela Gomes, com a doação feita pelo Banco de Alimentos, os atendidos fazem refeições como almoço e café da tarde.
Durante a prestação de contas, Alessandra Sarto destacou a importância das parcerias consolidadas no período, como as doações feitas por meio da campanha Hortolândia Solidária, realizada junto com o Fundo Social de Solidariedade, e as oriundas das ações de combate ao desperdício, por meio de empresas e de bancos parceiros.
“Esse ano ressaltamos essa fidelização das parcerias, que fazem a gente ampliar o nosso espectro de atendimento. Além da questão de propiciar a alimentação saudável e diferenciada para as famílias, a gente também tem esse componente de renda que não pode deixar de ser considerado. Temos, no ano de 2023, uma média de atendimento mensal em torno de R$ 45,00 por família que foi atendida”, afirmou Alessandra. Essa média de quanto custariam os alimentos doados a cada família por mês é calculada por técnicos do Departamento com base no preço atualizado de mercado das mercadorias.
Do total arrecadado em 2023, 78 toneladas vieram da campanha Hortolândia Solidária, 57 toneladas da ação de redução de desperdício junto a empresas parceiras, como a Wickbold, da área de panificação, a primeira a firmar parceria com a Administração Municipal e responsável por doar 22,5 toneladas no ano passado.Outras 33 toneladas vieram da agricultura familiar, por meio do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), e 2 toneladas de doações espontâneas feitas por pessoas físicas. Neste período, o BAH realizou ainda 25 atividades de educação alimentar e geração de renda, que beneficiaram mil pessoas.
Outro ponto destacado pela gestora foi a consolidação das políticas públicas voltadas à segurança alimentar e nutricional, em Hortolândia.
“Em 2023, tivemos a participação dos representantes do município em todas as etapas da 6ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, na etapa regional, estadual e nacional. Temos a adesão do município ao SISAN (Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional) e a solidificação da nossa Câmara Intersecretarial, que faz o debate ser interno, porque a gente não consegue fazer política pública sem orçamento público. A CAISAN (Câmara Intersecretarial de Segurança Alimentar e Nutricional) vem para isso, para poder determinar onde está esse orçamento, de que forma a gente vai potencializar as ações”, complementou a diretora.
O Banco de Alimentos também celebrou a volta do PAA, que disponibilizará R$ 184 mil para utilização neste ano, bem como a parceria com o PAA da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que trará, junto com a Coopasul (Cooperativa de Produção Agropecuária e Comercialização dos Assentamentos de Sumaré), mais R$25 mil para aquisição e doação de alimentos. A cooperativa inclusive enviou representante ao evento, Sôni Meli da Silva.
Saiba mais sobre o Banco de Alimentos
Vinculado à Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, o Banco de Alimentos é um órgão público municipal de alimentação e nutrição, destinado a arrecadar, selecionar, processar, armazenar e distribuir gêneros alimentícios coletados por meio de doações e campanhas, além dos produtos adquiridos da agricultura familiar, oriundos do PAA. Estes alimentos são distribuídos gratuitamente às entidades sociais que os repassam a pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Os bancos de alimentos fazem parte da estrutura operacional do SISAN e, em consonância com a meta de erradicação da pobreza extrema, atuam como equipamentos públicos multifuncionais, buscando potencializar a articulação com outras políticas sociais relevantes para o alcance da população mais vulnerável, por meio do desenvolvimento de ações de Geração de Trabalho e Renda, Formação Profissional e EAN (Educação Alimentar Nutricional).
Outras imagens do evento disponíveis neste link.
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