Fala de Zezé Gomes aconteceu, nesta quarta-feira (30/08), durante cerimônia de lançamento do projeto “Robótica Educacional: Aprender, Brincar e Se Conectar”
A Prefeitura trabalha para zerar a fila de espera por creche em Hortolândia, ainda neste ano. O anúncio foi feito pelo prefeito José Nazareno Zezé Gomes, na manhã desta quarta-feira (30/08), no auditório Arlete Afonso do Unasp (Centro Universitário Adventista de São Paulo), no Parque Ortolândia, durante o evento de lançamento do Projeto “Robótica Educacional: Aprender, Brincar e Se Conectar”.
Segundo a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, o atendimento de aproximadamente 800 crianças com idades entre quatro meses e três anos, será feito por meio da contratação de uma OSC (Organização da Sociedade Civil), que terá 60 dias para iniciar o atendimento em oito regiões do município. A previsão é que o serviço comece a ser prestado no final de outubro, uma vez que o termo de colaboração foi assinado na última segunda-feira (28/08).
“Educação é a locomotiva de uma cidade inteligente e sustentável. É ela quem deve puxar as demais. Por isso, aqui investimos tanto na qualidade de ensino. Temos um currículo próprio, respeitamos os servidores, estamos reformando e fazendo manutenção nas escolas, oferecemos merenda escolar de qualidade e buscamos tudo de inovador para a educação, como a Robótica. Tudo isso não é gasto. É investimento”, afirmou Zezé Gomes, ladeado pelos secretários Fernando Moraes e Renato Muccillo (titular e adjunto de Educação, Ciência e Tecnologia) e Carlos Augusto César, o Cafu (titular de Governo).
O ponto alto da cerimônia foi a palestra da jornalista, escritora e dramaturga Maria Adelaide Amaral sobre “Educação e Arte em Tempos Modernos”. Com 81 anos completados em julho passado, a autora de grandes sucessos exibidos na TV aberta (TV Globo), como as novelas “Ti ti ti”, “A Próxima Vítima” e “Anjo Mau”; as séries televisivas “A Muralha”, “Os Maias”, “A Casa das Sete Mulheres”, “Dalva e Herivelto e “JK (Juscelino Kubitschek)”, eletrizou a plateia de quase 500 pessoas com sua leitura do Brasil desde a formação de São Paulo até o momento atual, com destaque para o período da Ditadura cívico militar de 1964. A jornalista se dirigiu em especial aos jovens presentes, estudantes de três escolas estaduais, as EEs Parque Odimar e Santa Clara do Lago e a Etec (Centro Paula Souza), bem como às crianças da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) D. Ana José Bodini Januário e das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) Jd. Interlagos e Emiliano Sanchez, que representavam a rede municipal de ensino.
“Temos que pensar o Brasil como um conjunto de pessoas, de brasileiros, onde todos tenham as mesmas oportunidades, mesmo que não tenham as mesmas oportunidades de nascimento. Que tenham as mesmas oportunidades de educação, que lhe seja permitida uma boa escola, com bom currículo e bons professores. É intolerável que essas pessoas que moram em condomínios de luxo se consideram morando em outro país, se consideram outro tipo de pessoas, que não pertencem ao povo brasileiro. Pessoas que maltratam, que falam de cima, que xingam o pobre do entregador que está fazendo o trabalho dele e podia estar assaltando, mas está sustentando a família levando a comida na casa desse senhor que tem condições excepcionais, porque teve tudo na mão. Eu falo, porque não tive tudo na mão. Não nasci em condições privilegiadas. Sou de uma época em que os colégios públicos eram os melhores do Brasil. O que aconteceu foi que se nivelou por baixo. Precisamos lutar para que a educação volte a ser o esteio, porque ninguém vai para a frente sem educação. Os pobres não têm chance sem a educação e os ricos não têm chance de crescer como ser humano também sem educação. Se eles não enxergam o próximo, se distanciam do ser humano. Começam a viver num país que não existe. Sabe por que tem favela e gente morando na rua? Porque o poder público e os ricos deste país, a elite que efetivamente podia fazer algo pelos pobres não o faz. A coisa vem de longe desde a época colonial, passando pelo Império. De nascimento não tive a menor condição de estar onde estou – ter casa própria, horizontes, plano de saúde, condições de sobrevivência. Eu cresci através da educação. Aproveitei todas as mãos que se estenderam para mim. Vi cedo que só através da educação eu teria chance de ascensão social. Desde criança eu procurei ler. Aprendi a ler muito cedo, quase sozinha. Descobri que a leitura me ajudava a ir a lugares melhores, mais bonitos e fantásticos do que aqueles em que eu estava. Eu nasci para escrever”, revelou a escritora.
Robótica Educacional
O evento marcou a ampliação do projeto de “Robótica Educacional: Aprender, Brincar e Se Conectar”, em implantação na cidade, reforçando o compromisso da Prefeitura de oferecer educação de qualidade, alinhada às necessidades de uma sociedade em constante evolução tecnológica.
“Queremos trabalhar o aprendizado e a tecnologia potencializando este aprendizado”, afirmou Fernando Moraes, durante o evento.
Para Cafu, a Prefeitura prepara Hortolândia para ser uma cidade inteligente e sustentável e o projeto de “Robótica Educacional” mostra que “estamos no caminho certo”.
Atualmente, o projeto de Robótica Educacional beneficia mais de 19 mil estudantes matriculados na rede municipal de ensino, sendo 5.737 crianças da Educação Infantil, 13.853 mil crianças e jovens do Ensino Fundamental e 314 jovens e adultos da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Algumas delas estavam na cerimônia, mostrando aos presentes um pouco do que estão aprendendo com o projeto.
“É muito legal. A gente aprende a trabalhar em equipe e a mexer no computador”, comentou Isabele Menezes, de 11 anos, estudante do 5o. Ano A da Emef Ana Bodini. “A colega Ana Vitória Alves Aguiar, de 10 anos, acha o projeto “interessante”, porque com ele aprendi muitas coisas:” trabalhar em equipe e fazer tudo de novo, se não der certo”. Pensamento igual ao do amigo Gabriel Silveira de Almeida, de 11 anos, que está animado com o fato de aprender a programar. Já para Luan Lucas Tech, de 10 anos, outro aprendizado importante é o da paciência.
“É muito gratificante. O projeto é novo. Estamos descobrindo e construindo juntos com os alunos. Cada dia descobrimos uma coisa. Eles são muito curiosos e interessados”, afirma a professora Lidiamara Dell Anhol, multiplicadora de Robótica na Emef Ana Bodini. Cada sala participa do projeto uma vez por semana.
O projeto, coordenado pelo Departamento de Pedagogia e Formação Continuada, busca promover nos estudantes habilidades como criatividade, experimentação, trabalho em equipe, dentre outros. Junto com o conteúdo teórico, são utilizados kits da empresa Alpha Mecatrônica, com peças e placas de alumínio recicláveis, rodas de plástico com pneus emborrachados, motores, baterias e sensores de luz, temperatura, ruído, cor e distância, dentre outros itens. Já no Infantil, entra em cena um pequeno robô, o ROB, que estimula a aprendizagem e a lógica de programação de maneira lúdica, incentivando também a criatividade das crianças.
Desde o início da implantação do projeto, profissionais da educação passam por formações específicas para trabalhar os novos conteúdos e práticas em sala de aula. Segundo a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, a Robótica Educacional já é realidade em 15 das 60 escolas municipais de Hortolândia, com o auxílio de professores multiplicadores. A meta é fazer com que todas as Emefs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental) tenham, ao menos, um professor multiplicador do projeto por período. Ao término do período de formação de todos os professores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, previsto para este semestre, as 60 unidades escolares próprias estarão aptas para trabalhar a Robótica Educacional de modo interdisciplinar.
Robótica está no Currículo Municipal
O projeto “Robótica Educacional: Aprender, Brincar e Se Conectar” faz parte do Currículo Municipal Integra Saberes que aborda, entre princípios educacionais, o conceito de Letramento Tecnológico, capacidade do indivíduo de ler e escrever em suportes digitais, desenvolvendo o aprendizado. De acordo com a Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia, ele também atende a cinco das 10 competências gerais da BNCC (Base Nacional Comum Curricular), no que tange “compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”.
O projeto de robótica também tem como objetivo fomentar o interesse dos alunos pela inovação e pela exploração do campo STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Através de atividades práticas e desafios estimulantes, as crianças e estudantes desenvolvem habilidades de resolução de problemas, pensamento crítico e criatividade, habilidades que são essenciais para prosperar em uma sociedade tecnológica em constante mudança.
Confira as escolas que desenvolvem o projeto robótica atualmente:
1. Cier (Centro Integrado de Educação e Reabilitação) “Romildo Pardini”, Parque Santo André;
2. Emeb (Escola Municipal de Educação Básica) Josias da Silva Macedo, no Jd. Nossa Senhora de Fátima;
3. Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) D. Ana José Bodini Januário, no Jd. Amanda;
4. Emef Prof. Cláudio Roberto Marques, no Jd. Santana;
5. Emef Caio Fernando Gomes Pereira, no Jd. Nossa Senhora Auxiliadora;
6. Emef Dayla Cristina Souza de Amorim, no Jd. Santiago;
7. Emef Profa. Patrícia Maria Capelato Basso, no Residencial São Sebastião;
8. Emef Lourenço Daniel Zanardi (Viva Mais), no Jd. Santa Clara do Lago;
9. Emef Janilde Flores Gaby do Vale, na Vila Real;
10. Emef Profa. Lilian Cristiane Martins de Araújo, no Jd. Estefânia;
11. Emef Maria Célia Cabral Amaral, no Jd. Amanda;
12. Emef Profa. Marleciene Priscila Presta Bonfim, no Jd. Remanso Campineiro e
13. Emef Renato da Costa Lima, no Jardim Amanda I
- educação
- robótica